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Direita alemã é a grande vencedora nas eleições europeias

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A Alemanha, que possui a maior representação no Parlamento Europeu, viu a extrema direita emergir como a grande vencedora nas eleições de domingo. O Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo partido mais votado e recentemente envolvido em polêmicas por declarações extremistas de seus candidatos, superou os adversários tradicionais da coalizão governamental alemã (SPD, FDP e Os Verdes), consolidando ainda mais sua influência política na região.

Atualmente com 11 assentos no parlamento europeu, o AfD deve aumentar para 17, de acordo com as projeções. Os Sociais Democratas (SPD), liderados pelo primeiro-ministro Olaf Scholz, terminaram a disputa em terceiro lugar com 14% dos votos e devem ter 14 assentos, dois a menos que em 2019. Os conservadores (CDU e CSU) ficaram em primeiro lugar com entre 29,5% e 30% dos votos.

Segundo informações do jornal O Globo, o AfD agora enfrenta o desafio de formar novas alianças no Parlamento Europeu para garantir a influência desejada nas decisões, já que recentemente romperam com a coalizão mais conservadora da Europa, após um desentendimento com a líder francesa Marine Le Pen. Eles também terão que lidar com uma surpresa eleitoral: Sahra Wagenknecht, dissidente do partido A Esquerda (Die Linke), que se destacou nessas eleições.

Wagenknecht, que fundou um partido com seu próprio nome, deve garantir seis assentos para a próxima legislatura europeia, um resultado que adversários e a mídia alemã classificaram como um “voto de protesto” dos insatisfeitos com a gestão de Olaf Scholz.

Friedrich Merz, principal líder do CDU, comemorou o primeiro lugar e disse que os resultados devem servir de aviso para o governo federal refletir e mudar a política de Estado. Em uma transmissão ao vivo de Bruxelas na sede do partido em Berlim, a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, também do CDU, fez um discurso curto, diplomático e moderado ao celebrar o resultado vitorioso do partido.

Von der Leyen, conhecida por suas posições assertivas sobre os principais assuntos do continente, apenas brevemente parabenizou os correligionários e agradeceu aos eleitores, sem fazer referência a adversários. Na próxima legislatura, a atual comandante da Comissão terá que negociar com as novas coalizões para se manter na presidência do órgão.

A eleição dos parlamentares é o primeiro passo da renovação dos dirigentes da UE: os presidentes da Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, e do Conselho, que representa os países do bloco. Os legisladores da UE têm voz em questões que vão desde regras financeiras até políticas climáticas e agrícolas. Eles aprovam o orçamento do bloco, que financia prioridades como projetos de infraestrutura, subsídios agrícolas e ajuda entregue a Kiev. O resultado deste domingo, portanto, deverá redefinir o mapa político da UE nos próximos cinco anos num momento em que o bloco enfrenta questões como a guerra na Ucrânia e negociações comerciais.

A distribuição das cadeiras ocorre de forma proporcional: se um partido obtiver 25% dos votos, terá 25% dos assentos destinados àquele país, um número definido de acordo com a população. A Alemanha, maior país do bloco, terá 96 cadeiras, enquanto a França, segundo maior, terá 81. Chipre, Luxemburgo e Malta terão seis representantes cada. O número de eurodeputados muda a cada ano, sendo que não pode passar de 750. Em 2019, última eleição, eram 705 vagas em disputa. A expectativa é de um baixo comparecimento às urnas, seguindo uma tendência histórica: em 2019, 50.66% dos eleitores aptos votaram.

Uma vez no Parlamento, que se divide entre Bruxelas, onde ficam os gabinetes e comissões, e Estrasburgo, onde se reúnem em plenário uma vez por mês, os novos parlamentares se juntarão aos sete principais grupos políticos, permanecerão em alianças menores ou até sem alianças, uma parcela denominada Não Inscritos.

Desde a última eleição da União Europeia, em 2019, partidos populistas ou de extrema direita lideram governos em três nações (Hungria, Eslováquia e Itália) e fazem parte de coalizões governamentais em outros países, incluindo Suécia, Finlândia e, em breve, os Países Baixos.



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