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Economia

Fuga de investidores estrangeiros: Bolsa brasileira perde R$ 7,2 Bi em junho

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A recente saída de recursos estrangeiros da Bolsa de Valores brasileira reflete um aumento na desconfiança do mercado em relação à política fiscal do governo. No dia 12 de junho, investidores estrangeiros retiraram R$ 3,08 bilhões da B3, elevando o total de saídas no mês para R$ 7,22 bilhões até aquela data. Esse movimento foi desencadeado por um discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que mencionou o equilíbrio das contas públicas através do aumento da arrecadação sem mencionar cortes de gastos. Essa abordagem gerou dúvidas sobre o compromisso do governo com o ajuste fiscal necessário.

Além disso, a percepção de um enfraquecimento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, especialmente após derrotas no Congresso Nacional relacionadas à pauta econômica, contribuiu para a desconfiança do mercado. Como consequência, o Ibovespa caiu 1,39% e o dólar subiu, fechando a R$ 5,405.

A saída de recursos na última quarta-feira foi a terceira maior do ano, ficando atrás apenas do dia 19 de janeiro, quando houve uma retirada de R$ 3,45 bilhões, em resposta a ajustes nas expectativas sobre cortes de juros nos Estados Unidos.

Na ocasião, o mercado havia começado o ano com prevendo que a primeira redução nas taxas americanas ocorreria em março, mas dados divulgados ao longo do mês de janeiro adiaram as apostas. Os juros americanos seguem inalterados, e os mais otimistas agora esperam que o primeiro corte ocorra só em setembro.

Outra sessão de sangria ocorreu em 17 de abril, quando os não residentes sacaram R$ 3,31 bilhões da B3 após o governo ter alterado para zero a meta de superávit primário para 2025, pondo em xeque a credibilidade do arcabouço fiscal.

O risco fiscal continua sendo o principal fator para a saída de recursos estrangeiros, que já somam R$ 43,11 bilhões neste ano até o dia 12 de junho.

Após o desconforto fiscal nesta semana, Haddad ganhou afagos de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e se posicionou sobre a agenda de revisão de gastos.

Na quinta (13), o ministro fez uma declaração ao lado da ministra Simone Tebet (Planejamento) depois de uma reunião da equipe econômica na sede da Fazenda. Ele disse que pediu ao grupo um ritmo mais intenso de trabalhos na discussão sobre a agenda de corte de gastos e que o governo construirá um extenso cardápio de alternativas.

“Começamos aqui a discutir 2025, a agenda de gastos. O que a gente pediu foi uma intensificação dos trabalhos, para que até o final de junho nós possamos ter clareza do Orçamento de 2025, estruturalmente bem montado, para passar tranquilidade sobre o endereçamento das questões fiscais do país”, afirmou o ministro.

As declarações deram alívio momentâneo ao mercado, fazendo o dólar cair. Nesta sexta, no entanto, a moeda americana voltou a subir ante o real, acompanhando uma tendência global de valorização da divisa.



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