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Justiça

General aciona Moraes e exige sua coisas de volta

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Na manhã desta sexta-feira, 01 de junho de 2024, o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para a devolução imediata de diversos itens apreendidos pela Polícia Federal. A apreensão ocorreu no âmbito da operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito.

A operação Tempus Veritatis foi deflagrada em abril de 2024 e visa desmantelar um suposto esquema de planejamento de golpe de Estado. A investigação envolve figuras de destaque do governo Bolsonaro, incluindo o próprio ex-presidente. A operação, coordenada pela Polícia Federal, conta com o apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR) e envolve múltiplos mandados de busca e apreensão.

Entre os objetos apreendidos na residência de Braga Netto estão três armas de fogo — duas pistolas de 9 milímetros e uma de 45 milímetros —, 239 munições e o passaporte do general. A defesa do militar alega que todos os itens são devidamente registrados e utilizados para a defesa pessoal. Além disso, os advogados do general ressaltaram que nem a PGR nem a Polícia Federal solicitaram explicitamente a apreensão dessas armas e munições durante a operação.

O pedido de devolução dos itens foi formalmente encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Moraes tem sido uma figura central nas investigações envolvendo Bolsonaro e seus aliados. A defesa de Braga Netto argumenta que a apreensão das armas e munições é desnecessária e que o passaporte do general é essencial para sua locomoção, tanto para compromissos pessoais quanto para possíveis missões oficiais no exterior.

A operação Tempus Veritatis e os desdobramentos relacionados à apreensão de itens de Braga Netto e de outros aliados de Bolsonaro têm gerado intensa repercussão política. Críticos do governo Bolsonaro veem as ações da Polícia Federal e do STF como necessárias para garantir a manutenção da ordem democrática no país. Por outro lado, apoiadores do ex-presidente alegam que tais investigações são parte de um plano mais amplo para desestabilizar Bolsonaro e seus aliados.

Jair Bolsonaro, que também é alvo da operação Tempus Veritatis, está impedido de deixar o país. Em diversas declarações públicas, Bolsonaro tem afirmado que as investigações são parte de uma perseguição política orquestrada pelo “sistema”. Segundo o ex-presidente, há uma tentativa coordenada de prendê-lo e minar qualquer chance de retorno ao poder nas próximas eleições. Nos bastidores, Bolsonaro tem trabalhado intensamente com seus advogados e aliados para rebater as acusações e evitar uma possível prisão.

A situação jurídica de Braga Netto também é delicada. A devolução dos itens apreendidos é vista por seus advogados como uma questão de justiça e direito. Entretanto, a decisão final sobre o pedido cabe ao ministro Alexandre de Moraes, que avaliará se a devolução dos itens não compromete o andamento das investigações. Se o pedido for negado, Braga Netto continuará sem suas armas, munições e passaporte, o que pode impactar sua capacidade de mobilidade e defesa pessoal.

O cenário político brasileiro segue polarizado, com cada novo desenvolvimento na operação Tempus Veritatis alimentando debates acalorados tanto entre os apoiadores quanto entre os opositores de Bolsonaro. A devolução dos itens apreendidos de Braga Netto, caso seja concedida, poderá ser interpretada como uma vitória parcial dos aliados do ex-presidente. Por outro lado, a manutenção da apreensão reforçaria a seriedade das investigações conduzidas pelo STF e pela Polícia Federal.

A solicitação de devolução dos itens apreendidos por Braga Netto coloca em evidência as tensões entre o judiciário e figuras proeminentes do governo Bolsonaro. À medida que o caso avança, a decisão de Alexandre de Moraes será crucial para determinar os próximos passos das investigações e o futuro político de Braga Netto e Jair Bolsonaro. A operação Tempus Veritatis continua a ser um ponto focal na política brasileira, simbolizando a luta pela manutenção da democracia e a resistência contra possíveis abusos de poder.



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