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Economia

Mercado eleva projeção para inflação e dólar, e não prevê mais cortes na Selic neste ano

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O mercado passou a ver a manutenção da taxa básica de juros (Selic) na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom), permanecendo em 10,50% até o final do ano, ao mesmo em que elevou as projeções para a inflação e para o dólar, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, 17.

O Copom anuncia na quarta-feira a nova taxa de juros e agora a percepção é de que irá pausar o afrouxamento monetário, em meio ao aumento da volatilidade nos mercados financeiros domésticos, expectativas de inflação desancoradas e temores fiscais.

Os analistas consultados pelo BC também elevaram a perspectiva para a taxa de juros ao final de 2025, vendo agora a Selic a 9,50%, de 9,25% antes.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que ainda que a expectativa para a alta do IPCA em 2024 subiu pela sexta vez seguida, chegando a 3,96%, de 3,90% na semana anterior. Também aumentou a conta para a inflação em 2025, a 3,80%, de 3,78%. Para os dois anos seguintes as projeções seguem em 3,60% em 2026 e 3,50% em 2027.

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

PIB e dólar
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano caiu em 0,01 ponto percentual, a 2,08%, e permaneceu em 2,0% para 2025.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda elevação nas projeções para o dólar depois de uma semana agitada no mercado de câmbio, com a moeda norte-americana agora calculada em R$ 5,13 e R$ 5,10 este ano e no próximo, contra R$ 5,05 e R$ 5,09 na semana anterior. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro.

O dólar abriu em alta nesta segunda-feira. Às 9h08, o dólar à vista subia 0,38%, a R$ 5,4014. Na semana passada o dólar subiu 1,06%, fechando a sexta-feira a R$ 5,3812, em uma semana de desconfiança em relação ao governo Lula e de pressão para os ativos brasileiros.

Déficit primário
O relatório revisou a projeção de rombo fiscal de 2024, que oscilou para cima. Para o déficit primário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a mediana passou de 0,70% para 0,71%, de 0,70% de um mês atrás.

O relatório bimestral de despesas e receitas divulgado em maio revisou o resultado primário para um déficit de R$ 14,5 bilhões (0,1% do PIB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo “dificilmente chegará à meta zero”, até porque o chefe do Executivo “não quer fazer cortes em investimentos e obras”.

Já a estimativa do Focus para o déficit nominal em 2024 passou de 7,04% do PIB para 7,20%, ante 6,90% do PIB de um mês. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.



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