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Ministro de Lula quer insistir no polêmico leilão do arroz e é criticado por parlamentares

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O ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, enfrentou críticas de deputados da oposição nesta quarta-feira (19) por defender a realização de um novo leilão para a compra de arroz importado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O primeiro leilão, ocorrido há duas semanas, foi anulado devido a suspeitas de irregularidades e resultou na demissão do então secretário de Políticas Agrícolas, Neri Geller, que declarou ter sido usado como “bode expiatório”.

Durante sua audiência na Comissão da Agricultura, Fávaro justificou a necessidade do leilão, citando a especulação que fez o preço do arroz disparar após a tragédia climática no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional. Ele afirmou que a especulação elevou o preço do grão em 30% a 40% e que a compra era necessária para manter um estoque de segurança.

A oposição e entidades do setor acusaram Fávaro de prejudicar a produção nacional. No entanto, o ministro defendeu que a compra de arroz importado “não se trata de afrontar os produtores”. Ele questionou o aumento de preço durante o primeiro leilão, que elevou o custo em 30%, sugerindo que houve um ataque especulativo e justificando a busca de arroz em outros mercados.

O governo havia inicialmente planejado comprar 1 milhão de toneladas de arroz no mercado externo, mas o leilão resultou na aquisição de 263 mil toneladas por R$ 1,3 bilhão. O certame foi anulado após a descoberta de que três das quatro empresas vencedoras não operavam no mercado, levantando suspeitas de irregularidades. Mesmo assim, o governo planeja um novo edital sob supervisão da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU).

O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) criticou a insistência do governo, afirmando que a compra de 1 milhão de toneladas desestimularia os produtores do Rio Grande do Sul, especialmente em um momento de fragilidade. O deputado Afonso Hamm (PP-RS) acrescentou que o aumento no preço ao produtor foi de 11% a 15%, não de 30%, e pediu ao ministro para suspender os leilões e focar na recuperação do agro.

Fávaro também negou ter julgado antecipadamente Neri Geller, que foi demitido no mesmo dia em que o governo anunciou a suspensão do leilão. Geller foi questionado devido à sociedade de seu filho, Marcello Geller, em uma das corretoras que participaram do leilão. O ministro afirmou que a demissão de Geller foi “a pedido”, algo negado pelo ex-secretário.

Na semana passada, Neri Geller declarou que o leilão foi “mal conduzido” e de forma precipitada, e que se sentiu usado como “bode expiatório” devido à suspeita de ligação de seu filho com uma corretora. Ele pediu à Polícia Federal para investigar as acusações. A autoridade iniciou um procedimento para apurar as suspeitas de irregularidades envolvendo as empresas participantes do leilão.



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