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Governo

Semana de derrotas mostra nova dinâmica do Congresso e problemas de articulação do governo Lula

Votações contrárias ao Planalto confirmaram dissidências na própria base.

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O governo federal enfrentou nesta semana uma sequência de derrotas no Congresso Nacional. Os reveses passaram por diferentes agendas e revelaram dissidências na base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Para cientistas políticos ouvidos, eles demonstraram o fortalecimento da oposição no Legislativo e as falhas na articulação da gestão petista.

“Saidinha” revela dissidências
Na noite de terça-feira (28), Câmara e Senado derrubaram um veto do presidente Lula a um trecho do projeto de lei para restringir as “saidinhas” de presos.

O petista tinha assinalado pela manutenção das saídas temporárias de detentos do semiaberto para visitar a família e participar de atividades de convívio social, que agora foram novamente restritas, com autorização apenas em casos de estudo ou trabalho externo.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), atribuiu a derrota à herança do bolsonarismo e perfil conservador de parlamentares. Mas a rejeição ao veto presidencial, manifestada em 314 votos na Câmara e 52 no Senado, não se restringiu à oposição, contando com apoio dentro da base governista.

No próprio PT, partido de Lula, a deputada Mária do Rosário (RS), pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, e o senador Fabiano Contarato (ES) votaram para derrubar o veto. A decisão de Lula só teve apoio integral entre os parlamentares do PSOL, PCdoB, PV e Rede — que somam 26 cadeiras na Câmara.

Legendas que chefiam ministérios se mobilizaram majoritariamente contra a decisão presidencial na Câmara — um comportamento que se repetiu no Senado.



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