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Economia

Campos Neto sobe o tom e rebate Lula; veja o vídeo

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, contestou a narrativa promovida por Lula e seus aliados de que a instituição estaria politizada durante sua participação no Fórum sobre Bancos Centrais, realizado pelo Banco Central Europeu (ECB) em Portugal nesta terça-feira, 2 de julho. Campos Neto enfatizou a separação entre a narrativa política e o trabalho técnico realizado pelo Banco Central, destacando que o trabalho foi conduzido de forma técnica e com base nos dados disponíveis.

Durante o evento, Campos Neto apresentou uma série de fatos para desmontar a narrativa de Lula, incluindo o fato de que a última decisão unânime de manter a taxa básica de juros (Selic) foi tomada por quatro conselheiros indicados pelo próprio Lula. Ele também relembrou o significativo aumento das taxas de juros ao longo de 2022, durante o mandato anterior, destacando-o como o maior aumento em ano eleitoral na história de qualquer país emergente.

O presidente do BC atribuiu a manutenção das taxas de juros, após sete cortes consecutivos iniciados em agosto do ano anterior, a “ruídos” criados pelo desalinhamento entre dados fiscais e expectativas de melhoria econômica. Ele sublinhou a importância de corrigir essas expectativas e melhorar a comunicação para eliminar esses ruídos, enfatizando que a expectativa começou a se ancorar apesar dos dados atuais estarem alinhados com as previsões.

Campos Neto também mencionou que a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada posteriormente, indicou que não há perspectiva de redução imediata da Selic, devido ao cenário econômico adverso externo e à atividade econômica doméstica robusta. A ata reafirmou a necessidade de manter uma política fiscal crível para controlar a inflação.

Em contexto econômico mais amplo, Campos Neto ressaltou a importância de estabilizar as expectativas de mercado e alinhar a comunicação do Banco Central com os dados econômicos reais. A postura da instituição visa proteger contra possíveis pressões inflacionárias, em um cenário global incerto e uma economia doméstica aquecida.

Por fim, a divergência entre as prioridades políticas do governo federal e a política monetária do Banco Central continuará gerando debates intensos nos próximos meses, testando a independência da autoridade monetária e sua capacidade de manter a estabilidade econômica a longo prazo.

 



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