Governo
Governo Lula pode desistir de Leilão do Arroz, segundo ministro da Agricultura
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo “está aberto” para desistir do leilão de compra de arroz importado. “Se tiver outro mecanismo que faça com que o abastecimento se regularize a preços normais, sem especulação, o governo está sempre aberto ao diálogo”, disse o ministro em entrevista ao UOL.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou o cancelamento da primeira tentativa de realizar o leilão no último dia 11, no mesmo dia em que Fávaro anunciou a saída do então secretário de Política Agrícola, Neri Geller, do governo. Um ex-assessor de Geller, sócio do filho dele em uma empresa, foi um dos negociadores do leilão. Entidades agrícolas e membros da oposição apontaram um suposto favorecimento da corretora do ex-funcionário de Geller na concorrência.
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Fávaro afirmou ainda que, se dependesse dele, já teria demitido o diretor da Conab responsável pelo leilão, Thiago José dos Santos. “Não entendo por que não saiu ainda”, acrescentou.
Na sexta-feira, 21, o presidente Lula afirmou que a anulação do leilão ocorreu devido a uma “falcatrua numa empresa”. “Tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. Depois tivemos anulação do leilão porque houve uma falcatrua numa empresa. O arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos. Não dá pra ser um preço exorbitante”, disse o presidente.
No leilão realizado em 6 de junho para a compra de 263,3 mil toneladas de arroz, o governo federal aceitou que um pequeno supermercado na região central de Macapá fosse responsável por negociar mais da metade do valor. A Wisley A. de Sousa LTDA, nome empresarial do supermercado “Queijo Minas”, ficaria encarregada de entregar 147,3 mil toneladas do grão, em uma transação superior a R$ 736 milhões.
A Conab explicou que, no modelo atual de leilão, a estatal só descobre quem são as empresas vencedoras após os resultados da operação, pois as bolsas de cereais intermediam as negociações. O arroz seria vendido em pacotes de 5 quilos por um preço tabelado de R$ 20, com o rótulo do governo.
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