Política
Exoesqueleto testado por Mara Gabrilli será usado em São Paulo
Equipamento permite às pessoas com paralisia ficarem de pé e se moverem
A Rede Lucy Montoro, centro público de referência em atendimento a pessoas com deficiência e doenças incapacitantes, vai começar a utilizar o exoesqueleto testado nos Estados Unidos pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP). A máquina permite às pessoas com paralisia ficarem de pé e se moverem multidirecionalmente com braços livres.
Segundo a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, que gere a rede de atendimento, foram adquiridas duas unidades pelo valor de 200 mil dólares (cerca de R$ 1 milhão), que devem estar disponíveis a partir de julho.
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No mês passado, o governo paulista firmou parceria, por meio da Rede Lucy Montoro com a empresa francesa Wandercraft, que produz o equipamento, para pesquisa científica e tecnológica com exoesqueletos robóticos. O acordo vai permitir o desenvolvimento de estudos e avaliações do uso da tecnologia para auxiliar a movimentação de pacientes em reabilitação.
– Imagine: a pessoa vai vir para cá para ter a experiência de caminhar novamente. Ela estará trabalhando o corpo que vai começar a funcionar melhor, trabalhando o cérebro e a autoestima – afirmou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), no evento em que anunciou a aquisição, na comemoração dos 15 anos de funcionamento da Rede Lucy Montoro.
Com o equipamento, pacientes com paraplegia ou em processo de reabilitação após acidente vascular cerebral (AVC) poderão se movimentar com auxílio de robô acoplado ao corpo. Conforme o governo, o exoesqueleto tem um sistema que controla o centro de gravidade do usuário para oferecer mais equilíbrio e pode ser programado de acordo com os objetivos, como sentar, levantar, andar de frente, de costas e de lado, além de subir e descer degraus.
– Essa busca de devolver a condição de marcha para pessoas com lesões medulares, com AVC, com Parkinson, com paralisia cerebral é muito antiga. E agora esses equipamentos vêm surgindo como alternativa – afirmou Linamara Rizzo Battistella, presidente do conselho diretor do Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo ela, no início da parceria, o robô será destinado, especialmente, ao treinamento de pacientes com lesão medular, Parkinson e AVC na Rede Lucy Montoro.
– Não é que eu tiro o indivíduo da lesão e já coloco no robô, ele precisa passar por um grande processo de readequação física. É o estágio final, a coroação.
Segundo a médica, uma das vantagens do equipamento em relação a outros que já existem no mercado é a capacidade de ser adaptado para diferentes perfis de pacientes. Ele é mais leve e se adapta a diferentes alturas e pesos.
Diferentemente do Atalante, os exoesqueletos que existem hoje no Brasil não são modulares, por isso, não podem ser ajustados para todos os tipos de pacientes. Pelo alto custo, ficam restritos a centros especializados e focados nos trabalhos de reabilitação, que não é contínuo.
Mara Gabrilli testou o exoesqueleto em abril
A senadora conheceu o exoesqueleto, chamado Atalante, em viagem para os Estados Unidos. Na ocasião, demonstrou otimismo em trazer a tecnologia ao Brasil. Em vídeo publicado nas redes sociais, ela apareceu testando a novidade.
– Não sou a mesma pessoa depois de testar esse equipamento – escreveu.
A máquina foi desenvolvida pela startup francesa Wandercraf. Ela funciona como um exoesqueleto robótico, isto é, um esqueleto artificial que é utilizado externamente, colado ao corpo da pessoa, para dar suporte e permitir que ela consiga reproduzir movimentos. A principal inovação é que ele dispensa o uso de andadores: tem um sistema de controle de equilíbrio que permite maior estabilidade.
Mara Gabrilli, de 55 anos, é tetraplégica desde 1994, quando sofreu um acidente de carro. Ficou conhecida por defender os direitos das pessoas com deficiência e dar visibilidade a esse grupo.
*AE
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