Vodafone e Three fundirão operações de telefonia móvel no Reino Unido para capitalizar no lançamento do 5G

Duas das maiores operadoras de telefonia móvel do Reino Unido concordaram na quarta-feira em fundir seus negócios para capitalizar o lançamento da tecnologia sem fio 5G de próxima geração no país.

A fusão entre a Vodafone UK e a Three UK, que pertence à CK Hutchison de Hong Kong, criaria a maior operadora de telefonia móvel da Grã-Bretanha, com um total de 27 milhões de clientes. Mas o acordo provavelmente enfrentará um rígido escrutínio regulatório, pois reduzirá o número de redes móveis no país de quatro para três.

A Vodafone será responsável por 51% da empresa resultante da fusão, com a CK Hutchison detendo o restante. O negócio tem um valor relatado de cerca de 15 bilhões de libras (US$ 18,75 bilhões).

Os grupos disseram que a fusão os ajudará a competir com seus rivais na tecnologia 5G, que fornece conectividade muito mais rápida e maior capacidade que potencialmente permitirá que milhares de dispositivos sejam conectados ao mesmo tempo em uma área relativamente pequena.

A CEO da Vodafone, Margherita Della Valle, descreveu o acordo como um “divisor de águas” para o mercado doméstico da empresa.

“É transformador, pois criará a melhor rede 5G da categoria – de fato, a melhor da Europa -, oferecendo aos clientes uma experiência superior”, disse ela.

Canning Fok, co-diretor administrativo do grupo CK Hutchison, disse que a Three UK e a Vodafone UK individualmente carecem da força financeira necessária para o que é necessário.

“Este tem sido um desafio para a capacidade da Three UK de investir e competir”, disse ele.

As empresas disseram que pretendem concluir o acordo até o final de 2024.

Se receber o aval dos reguladores, o chefe da Vodafone UK, Ahmed Essam, será o presidente-executivo, com o diretor financeiro da Three UK, Darren Purkis, assumindo esse cargo na empresa resultante da fusão.

A empresa espera uma economia de custos de mais de 700 milhões de libras dentro de cinco anos após a conclusão do negócio, por meio de medidas como a fusão de sistemas de TI; combinando atividades de marketing, vendas, distribuição e logística; e corte geral de custos.

Isso ocorre um mês depois que a Vodafone anunciou que estava demitindo 11.000 trabalhadores em todo o mundo, como parte de uma grande reforma destinada a cortar custos e melhorar o desempenho financeiro.

A Vodafone UK e a Three UK prometeram investir 11 bilhões de libras na Grã-Bretanha nos próximos 10 anos para criar uma das maiores redes 5G da Europa, prometendo que todas as escolas e hospitais do país terão acesso ao 5G autônomo até 2030.

Dado que o acordo reduziria o número de operadoras móveis no Reino Unido – EE e O₂ sendo os outros dois – será escrutinado de perto pela Autoridade da Concorrência e Mercados.

Rocio Concha, diretor de política e defesa e publicação defensora do consumidor, Which?, disse que o acordo exigirá uma avaliação completa do regulador para garantir que não seja prejudicial aos consumidores.

“Uma boa ligação móvel é essencial para o dia-a-dia moderno e esta fusão entre a Vodafone e a Three terá um impacto significativo no mercado das telecomunicações”, afirmou.

“Reduzir o número de provedores de rede de quatro para três corre o risco de reduzir as opções disponíveis para os consumidores, aumentar os preços e diminuir a qualidade dos serviços disponíveis”, acrescentou.

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