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Economia

Juros sobem e Ibovespa cai com exterior e piora de perspectiva fiscal

Impasse para votação de propostas importantes para composição da receita do governo compromete expectativas sobre cumprimento da meta de zerar déficit no ano que vem

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A alta dos juros americanos tem colocado ainda mais peso sobre os ativos nacionais, que têm respondido também às recentes dificuldades do governo em fazer avançar propostas com vistas a aumentar a arrecadação no Congresso Nacional. Nesta segunda-feira, os investidores adotaram uma postura mais cautelosa no com o cenário local, à espera de uma definição sobre o andamento do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados.

Além disso, as medidas voltadas para o lado da receita necessária para fazer frente as despesas do governo não tem avançado no Congresso Nacional. Nos últimos dias, o parlamento tem indicado que a tributação de fundos offshore, por exemplo, deve ser transformada em projeto de lei e reiniciar a tramitação no Legislativo. A taxação foi incluída na MP (Medida Provisória) do reajuste do salário mínimo, mas deve ser derrubada quando for apreciada. A proposta que retoma o voto de qualidade no Carf – esperança do governo para adiantar recursos de contenciosos tributários – ainda vai ter o relatório apresentado na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.

Enquanto isso, do lado das depesas as propostas avançam, como reajuste de servidores e correção do salário mínimo.  Além disso, outras medidas devem provocar redução na receita do Estado, como é o caso da correção da tabela de IR, com impacto estimado em algo em torno de R$ 6 bilhões para o ano que vem.

Com isso no radar, os juros futuros voltaram a subir em todos os prazos de vencimento. Apesar disso, as expectativas para os próximos cortes da Selic permanecem sem alteração substancial, com o mercado precificando três reduções de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).

No mercado acionário, o Ibovespa voltou a cair, apesar das bolsas americanas em recuperação no dia. O índice nacional recuou 0,86%, aos 114,4 mil pontos, apagando a retomada de sexta-feira, e afundando o indicador em 6,14%  somente no mês de agosto. São 14 sessões com fechamento em baixa e apenas uma positiva.

O dólar também retomou o movimento de alta contra o real. Puxado pela perspectiva de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos, a moeda americana avançou contra a brasileira e subia 0,16%, às 17h, cotado a R$ 4,97.



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