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Direitos Humanos

Briga de família e desemprego: por que população de rua no Brasil aumentou dez vezes em uma década

Especialistas afirmam que acompanhamento do número de pessoas nessa situação é essencial para encontrar soluções

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O número de pessoas em situação de rua no Brasil cresceu dez vezes em uma década, passando de 21.934 em 2013 para 198.101 em 2022, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Entre os principais motivos estão o desemprego — citado por 54% dos entrevistados — e brigas com a família — razão de 47,3% deles.

Problemas de saúde, principalmente questões mentais, vêm em seguida, apontados por 32,2% da população em situação de rua. Alcoolismo e drogas foram citados por 30,4%, e violência, por 4,8%.

Só 2,9% estão nessa situação por opção.

Os números citados são de pessoas que estão cadastradas no CadÚnico, ferramenta coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome que tem como objetivo identificar e caracterizar as famílias de baixa renda.

Marco Antônio Carvalho Natalino, autor do estudo do Ipea, afirma que o CadÚnico não serve apenas como passaporte para políticas sociais, mas também como instrumento estratégico de diagnóstico.

“Ele permite a tabulação e a atualização contínua das características socioeconômicas de quem está incluído ali, como escolaridade, localização geográfica, raça e cor”, diz.

Já a economista Romane Fortes afirma que é essencial acompanhar a evolução dos dados associados à população em situação de rua. “É um referencial das condições econômicas, principalmente em relação à capacidade de geração de emprego e de renda”, fala.

A especialista afirma, no entanto, que é necessária a realização de uma pesquisa mais detalhada para desenvolver soluções efetivas.

Professora do curso de ciências econômicas da Eseg (Escola Superior de Engenharia e Gestão de São Paulo), Romane acredita que o papel do governo é gerar melhorias de curto e longo prazo.

Ela afirma que abrigos no inverno, alimentação e saúde são pontos que podem ser oferecidos de imediato, mas diz também que é necessária a criação de políticas públicas adequadas que sejam capazes de proporcionar higiene, escolarização, moradias e programas de acompanhamento.



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