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Justiça

Foragida, Patrícia Lélis deixa vazar localização nas redes sociais: ‘Governo sabe’

Gravação de tela do celular da brasileira mostra temperatura para localidade no México; em mensagens no X, antigo Twitter, ela negou estar em fuga e disse que autoridades já sabem onde ela se encontra

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Foragida das autoridades americanas e acusada de se passar por advogada nos EUA, a brasileira Patrícia Lélis sinalizou estar no México em suas redes sociais, após ser confrontada por usuários das redes sociais, nesta quarta-feira. Horas antes, ela havia postado no X, antigo Twitter, uma gravação da tela de seu celular, que mostrava a temperatura para a localidade mexicana de Cauanhtémoc.

O vídeo foi publicado para mostrar as mensagens supostamente enviadas para sua conta no X por um jornalista americano. A localização mexicana aparece no final da gravação, no canto inferior da tela.

Captura de tela de celular de Patrícia Lélis mostra localização no México — Foto: Reprodução

“Mds a mulher sendo procurada pelo FBI e vaza a localização dela”, escreveu um perfil na rede, após a publicação do vídeo. “Tem que ser MUITO burro para achar que o governo já não sabe. Não entrei em nenhum país de forma ilegal. Entrei com meus documentos. Vai ser burro na casa do caralho”, respondeu Lélis.

Em outra mensagem na conversa, a brasileira disse estar “calmíssima, na praia inclusive”. “Seria o primeiro caso de fuga com a pessoa na internet”, ironizou ela, em seguida.

Entenda o caso
De acordo com a acusação, Patrícia se passou por uma advogada de imigração capaz de ajudar clientes estrangeiros a obter vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos. O programa EB-5 proporciona residência permanente legal e possível cidadania, se um cidadão estrangeiro investir fundos substanciais – normalmente, um mínimo de 1 milhão de dólares – em empresas qualificadas que criam empregos nos Estados Unidos.

Segundo a brasileira, o dinheiro investido para obtenção do visto iria para um projeto de desenvolvimento imobiliário no Texas que se qualificava para o programa EB-5. Apesar disso, na realidade, o dinheiro teria ido para a conta bancária pessoal de Patrícia. Além da entrada da casa, ela teria feito reformas e pago outras despesas pessoais, como dívidas de cartão de crédito.

A brasileira ainda é acusada de atuar ativamente para encobrir o esquema e obter mais dinheiro. Lelis criou a falsa identidade de “Jeffrey Willardsen”, um suposto funcionário de uma empresa de investimento imobiliário do Texas, para induzir uma das vítimas a realizar depósitos de dinheiro. “Nicole Stone” foi outro nome falso usado no esquema, dessa vez por um colega da brasileira que seguia suas orientações, para convencer essa mesma vítima.

Segundo a brasileira, o dinheiro investido para obtenção do visto iria para um projeto de desenvolvimento imobiliário no Texas que se qualificava para o programa EB-5. Apesar disso, na realidade, o dinheiro teria ido para a conta bancária pessoal de Patrícia. Além da entrada da casa, ela teria feito reformas e pago outras despesas pessoais, como dívidas de cartão de crédito.

A brasileira ainda é acusada de atuar ativamente para encobrir o esquema e obter mais dinheiro. Lelis criou a falsa identidade de “Jeffrey Willardsen”, um suposto funcionário de uma empresa de investimento imobiliário do Texas, para induzir uma das vítimas a realizar depósitos de dinheiro. “Nicole Stone” foi outro nome falso usado no esquema, dessa vez por um colega da brasileira que seguia suas orientações, para convencer essa mesma vítima.

Quem é Patrícia Lélis?

A jornalista e blogueira de 29 anos ficou conhecida em 2016, após ter acusado o pastor e deputado federal Marcos Feliciano (PL-SP) de estupro. Dois anos depois, porém, o juiz Aimar Neres de Matos, da 4ª Vara Criminal de Brasília, arquivou o processo contra o parlamentar, acolhendo pedido do Ministério Público do Distrito Federal. O órgão defende que não era possível “vislumbrar elementos mínimos para a propositura de ação penal”.

O Ministério Público ainda denunciou Patrícia por falsa comunicação de crime e extorsão de Talma Bauer, então chefe do gabinete do parlamentar.

Em outra denúncia, Lélis também acusou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de ameaçá-la após troca de ofensas públicas em 2017. Na ocasião, ela afirma que ele a teria chamado de “otária” e ameaçado “acabar com a sua vida” caso a discussão continuasse.

No entanto, relatório da Polícia Civil do Distrito Federal de 2021 aponta que havia indícios de crime de denunciação caluniosa de Lélis contra o “zero três”. Na época da acusação, ela trabalhava no PSC, então sigla de Eduardo Bolsonaro, seu namorado no período. A procuradora-geral da República à época Raquel Dodge apresentou denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o parlamentar, e depois foi remetido à primeira instância.

Em 2018, Patricia Lélis chegou a ser candidata a deputada federal por São Paulo filiada ao Pros, mas não obteve o número mínimo de votos para conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados.

A jornalista também foi alvo de investigação dentro do PT pela sua expulsão da legenda por declarações transfóbicas em 2021. A decisão foi tomada após a jornalista publicar um vídeo nas redes sociais em que fala que uma mulher trans “mostrou seu pênis a outras mulheres e adolescentes” ao entrar em um banheiro em Los Angeles.

Procurada pelo GLOBO para se posicionar sobre o caso, Patrícia Lélis não respondeu.



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