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Política

O silêncio do Clube Militar em relação à Operação Tempus Veritatis

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Em meio às investigações da Polícia Federal sobre a participação de integrantes das Forças Armadas em planos para um golpe de Estado, o Clube Militar, instituição que atua como porta-voz dos oficiais da ativa, preferiu permanecer em silêncio.

Segundo a Folha de S.Paulo, apesar de terem críticas à Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os militares decidiram não se manifestar sobre a investigação.

“Antes de falar ou tomar posição é preciso saber mais sobre o que aconteceu”, afirmou o general Paulo Chagas.

Na sexta-feira, 9, um dia após a operação da PF, uma nota falsa circulou nas redes sociais dizendo que os militares não poderiam mais “tolerar a atuação ilegal e corrupta do Poder Judiciário”. O texto também afirmava que oficiais-generais que se “tornaram lacaios do crime devem compreender que não serão mais tolerados”.

Irritados, os diretores dos clubes das Forças Armadas reagiram em nota oficial.

“Os presidentes do Clube Naval, do Clube Militar e do Clube da Aeronáutica reiteram se tratar de uma FAKE NEWS”, escreveram.

 

Outros tempos

O Clube Militar já foi bem menos cuidadoso. Em comunicado divulgado em abril de 2022, seus membros endossaram o indulto de Bolsonaro ao então deputado federal Daniel Silveira, condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A mensagem, assinada pelo general da reserva Eduardo Barbosa, condenava a decisão do Supremo e afirmava que as togas dos integrantes da Corte não serviriam “nem como pano de chão”.

No ano anterior, o Clube Militar também tinha divulgado mensagem para apoiar manifestação em favor de Bolsonaro no 7 de Setembro, conclamando” sócios e amigos a prestigiaram esse movimento” e declarando “mais uma vez, seu apoio tradicional às grandes causas nacionais e democráticas!”.

 

O discurso de Mourão

Ex-presidente do Clube Militar, o senador e general Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou a operação da PF, dizendo que os comandantes das Forças Armadas não poderiam se omitir.

No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes ao largo da Justiça Militar”, disse Mourão no plenário do Senado.

Segundo o senador, “nenhuma suposta ameaça ao Estado Democrática de Direito justifica al devassa persecutória ao arrepio da lei… Não vivemos em regimes totalitários, mas estamos caminhando para isso”.

Após o discurso aloprado no plenário do Senado, Mourão afirmou que “não incitou ruptura ou golpe”.

“Mourão destacou que o País vive uma situação de não normalidade, mas que, mesmo neste cenário, é preciso ‘…afastar claramente qualquer postura que seja radical, de ruptura, mas temos que repudiar os fatos que estão ocorrendo…’; Quando afirmou que ‘os comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais’, não incitou, e nem se referiu, a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe”, disse em nota.

O Antagonista



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