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Política

Deputado Da Cunha em vídeo de ameaça à ex: “Encher sua cara de tiro”

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Um vídeo inédito, gravado por Betina Grusiecki, de 28 anos, ex-companheira do deputado federal Carlos Alberto da Cunha, conhecido Delegado da Cunha, mostram o parlamentar proferindo insultos e ameaças contra a mulher.

Da Cunha, de 46, eleito por São Paulo com mais de 180 mil votos, foi acusado de violência contra a ex-mulher e se tornou réu pelas agressões em 2023. Ele ficou conhecido na internet compartilhando vídeos de operações policiais. À Justiça Betina disse que Da Cunha bateu a cabeça dela na parede e tentou sufocá-la.

As imagens do vídeo inédito foram exibidas na noite deste domingo (17/3) no Fantástico, da TV Globo.

Agressões e ameaças

O delegado virou réu em outubro do ano passado numa ação por violência contra Betina Grusiecki, sua ex-mulher. Segundo o Ministério Público, ele ameaçou e agrediu Betina, e lhe causou danos materiais.

A última agressão aconteceu no apartamento onde o casal vivia em Santos, no litoral paulista. Dia 13 de outubro do ano passado, uma sexta-feira, o casal começou a discutir. Nesse dia, Betina disse que foi agredida verbalmente pelo parlamentar.

No sábado, dia 14 de outubro, era aniversário de Da Cunha. Ele passou o dia fora com os filhos dele. Segundo Betina, ele voltou para a casa alcoolizado. O vídeo exibido nesse domingo (17/3) é justamente essa gravação feita por Betina.

É possível ouvir Da Cunha insultando a então companheira e dizendo que iria matá-la. Em alguns momentos, dá para ver o rosto de Betina, mas a maior da parte do vídeo só tem áudio.

– Da Cunha: “Vai correndo para casa da mamãezinha”.
– Betina: “Não. Não vou para casa da mamãe”.
[…]
– Da Cunha: “Pode parar. Pode parar, senão vou te matar aqui”
– Betina: “Vai me matar?”
– Da Cunha: Matar.
– Betina: “Ah, então mata.”

Após esse momento, é possível ouvir a respiração ofegante dela. Logo depois, ele xinga a ex-companheira e diz sobre ameaça atirar contra ela. “[…] Sua vaca, vou encher sua cara de tiro”, afirma ele.

Betina grita: “Me solta. Chama a polícia. Chama a polícia! Sai.

Betina conta que chamou os filhos.

No vídeo, o rosto de Da Cunha aparece de relance. Ele mexe na mochila, onde está o celular. À Justiça, disse que tentou impedir que ela colocasse a maquiagem na mala.

O parlamentar negou os outros golpes, mas o IML atestou que Betina tinha escoriação no couro cabeludo e lesões corporais leves.

Da Cunha registrou um boletim de ocorrência afirmando que era ele o agredido, por causa do ferimento com um secador. O Ministério Público concluiu que Betina tinha agido em legítima defesa.

À Justiça, ele tentou dar razões psicológicas e, também, espirituais para o que aconteceu.

Depois da agressão, Betina foi para a casa do pai. O parlamentar colocou roupas danificadas em um saco de lixo e enviou à Betina. Ele disse que também enviou R$ 5 mil a ela.

A mãe de Betina contou que o deputado ligava para ele para propor um acordo. A Justiça concedeu medidas protetivas contra da Cunha para a Betina e para os pais e determinou que ele entregasse suas armas.

O ex-casal se conheceu em 2020, moravam juntos e não tiveram filhos. Betina relatou à Justiça como era tratada durante o relacionamento, que durou três anos. Ela destacou episódios de agressão verbal e física.

O casal discutia com frequência. E o parlamentar chegou a agredi-la diversas vezes, segundo Betina.

Deputado afastado para atividades parlamentares

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o Delegado da Cunha está regularmente afastado para exercer a atividade parlamentar e que ele responde a cinco procedimentos na Corregedoria, ainda sem decisão definitiva.

Ao Fantástico, a defesa de Da Cunha afirmou que solicitará uma perícia do vídeo. “Eu vou pedir a submissão desse vídeo a perícia. Porque esse vídeo não foi periciado […] Não estou falando que é inverídico, mas não passou pelo crivo do Instituto de Criminalística, não foi submetido À perícia oficial”, ressalta Eugenio Malavasi.

“Dentro de um contexto. Se ele disse isso, foi dentro de um contexto de cólera, dentro de um contexto de briga. Nós somos homens. Quando digo homens, seres humanos. Seres humanos têm discussões de casais. Um fato isolado na vida do deputado não pode estar embrionariamente ligado com exercício do mandato de deputado federal, do deputado delegado da Cunha”, disse Eugenio Malavasi, Advogado do deputado”, completa o advogado de Da Cunha.

A acusação de violência doméstica ainda vai a julgamento.



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