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Política

Entenda o processo de fritura que pode resultar na troca do presidente da Petrobras

Jean Paul Prates e ministro da Energia, Alexandre Silveira, estão em embate por conta da distribuição de dividendos extraordinários da companhia

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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, está sofrendo um forte processo de fritura. A razão é a divisão dos dividendos extraordinários da companhia. Dividendos são uma fatia de lucro que é distribuída para os acionistas.

De um lado há quem defenda que os valores sejam distribuídos integralmente aos acionistas. São quase 44 bilhões de reais. De outro, há quem entenda que o valor deva ser usado para reforçar o caixa da empresa.

Para compreender essa equação é preciso ver quem está de qual lado. Há o time Alexandre Silveira, ministro das Minas e Energia, que quer reter todo o valor para o caixa da empresa. Neste grupo, estão, por exemplo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e os conselheiros que representam o governo dentro do Conselho Administrativo da Petrobras.

No outro grupo, está o time dos acionistas privados. Eles defendem a distribuição de todos os dividendos extraordinários.

Na reunião do conselho que definiu pela não distribuição imediata dos dividendos extraordinários, Jean Paul Prates decidiu adotar um caminho do meio. Ele acha que metade dos valores poderiam compor o caixa da Petrobras. A outra metade, deveria ser dividida entre os acionistas. Quem apoia essa medida é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

E por que Haddad quer essa divisão?
Porque, como o governo é o principal acionista da companhia, cerca de R$ 12 bilhões entrariam no cofre. Mas Haddad tem tentado ser mais discreto nessa discussão. Ele já tem os seus próprios problemas para resolver na Fazenda.

A prioridade número um de Haddad é decidir como fica a questão da Medida Provisória (MP) da Reoneração, que foi devolvida em partes nesta semana pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Escolha de Sofia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gostaria de segurar esses recursos todos com o governo. Ao SBT Brasil, lá em 11 de março, Lula afirmou que a “Petrobras não tem de pensar só nos acionistas, mas também nos brasileiros”. Lula demonstrou que estava de acordo com a postura de segurar o valor para a reserva de capital da empresa. Mas ele ainda não tomou uma decisão.

O que tem acontecido é que Prates esperava que Lula intermediasse a questão. Esse julgamento informal pode se tornar uma espécie de escolha de Sofia. Já há quem aposte que, conforme a decisão de Lula, ou sobreviverá Jean Paul Prates na Petrobras ou Alexandre Silveira no ministério.

As bolsas de apostas
Nessa bolsa de apostas há a inclinação de que Prates vai perder o cargo. Isso porque fontes do Planalto já fizeram circular nomes de potenciais substitutos na Petrobras, mas não citam ninguém que poderia suceder Silveira.

O último a ser citado para o comando da Petrobras foi Aloizio Mercadante, ex-senador, ex-ministro e atual presidente do BNDES. Outros nomes que correm por fora são de duas mulheres: Clarice Coppetti, que é diretora de Assuntos Corporativos da companhia, e Magda Chambriard, que já foi dirigente na Agência Nacional de Petróleo. Magda tem como madrinha a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.

Diante disso tudo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu uma investigação para saber se alguém está se beneficiando financeiramente com a variação das ações diante de tantas especulações em torno da troca de comando da estatal.

Entrando na onda de brincadeiras, Prates fez troça com a sua eventual saída. No seu perfil no X (antigo Twitter), ele publicou uma mensagem que sairia da Petrobras às 20h02. E voltaria no dia seguinte às 7h09, porque tem agenda cheia.

 



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