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Polícia do Paraguai prende brasileiro suspeito de liderar roubo milionário com túnel e explosivos

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A Polícia Nacional do Paraguai prendeu nesta quinta-feira um brasileiro acusado de ser o líder do assalto milionário contra doleiros paraguaios em Ciudad Del Este. Fabio Dornaldo de Moraes Schultz, o “Gordinho”, foi encontrado por agentes em uma área de mata na região de Capitán Bado, cidade separada por apenas uma rua de Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul.

O homem, de 42 anos. estava desarmado, tentou fugir, mas foi detido. Ele estava acompanhado de um comparsa, que conseguiu escapar da polícia. Segundo os investigadores, pelo menos 20 milhões de dólares foram levados pelos bandidos do cofre da Associação dos Cambistas.

A polícia acredita que o roubo foi planejado e executado pelo grupo criminoso brasileiro Primeiro Comando da Capital (PCC), que teria passado um ano escavando o túnel de 190 metros de extensão e 70 centímetros de diâmetro que permitiu o acesso ao cofre.

Cofres subterrâneos foram arrombados — Foto: Reprodução

O local contava com alarmes e sensores, mas ocorreram cortes de energia no local que podem ter sido aproveitados pelos criminosos. O prédio usado para a preparação para o assalto foi alugado no final de 2022 e funcionava como uma loja de fachada durante o dia, e à noite recebia os trabalhadores que fizeram a escavação.

Investigadores afirmam que a maioria dos doleiros trabalha de forma clandestina e, por isso, apenas dois registraram denúncia na polícia. Os cambistas trocam principalmente dólares, reais e guaranis, e havia a suspeita de que movimentavam dinheiro vindo do contrabando e do tráfico de drogas.

A situação foi descoberta logo no início do dia, quando os primeiros cambistas chegaram e não conseguiram abrir a porta do local. Ao conseguirem entrar, descobriram que o cofre subterrâneo, no qual eram guardadas as bolsas utilizadas pelos cambistas, foi invadido por desconhecidos que escavaram um túnel com vários metros de extensão.

Para abrir o túnel, os ladrões utilizaram mantas acústicas que controlavam o barulho das obras no subterrâneo. Também foram usados equipamentos de perfuração, sensores de movimento, macacos hidráulicos e explosivos.

Atuação do PCC não é nova

Em 2017, outro assalto considerado cinematográfico assombrou os moradores de Ciudad del Este. Um grupo de cerca de 50 homens armados com fuzis, metralhadoras e granadas explodiu a sede da transportadora de valores Prosegur na cidade vizinha à brasileira Foz do Iguaçu. Os ladrões levaram pelo menos R$ 120 milhões da empresa. Na fuga, incendiaram 15 veículos para dispersar a polícia. Um agente foi morto. Os explosivos danificaram casas próximas e uma concessionária de carros.

Na época, a Polícia Nacional do Paraguai também suspeitou que o mega-assalto tenha sido executado pelo PCC pelo modo de agir e pelo contexto no submundo do crime no país neste momento. A facção criminosa brasileira já estava em processo de expansão no Paraguai.

Em junho de 2016, em outra atuação ousada, a organização matou o traficante Jorge Rafaat Toumani. Até então considerado o “rei da fronteira” com o Brasil, Toumani dominava o tráfico de drogas na divisa de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, com a cidade paraguaia Pedro Juan Caballero. Sua morte abriu caminho para a organização paulista dominar a já consolidada rota do narcotráfico no corredor Bolívia-Peru-Paraguai em direção ao Brasil.

 

 




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