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Economia

O que está por trás de recorde histórico do preço do bitcoin


O valor do bitcoin aumentou mais de 50% no último mês, de acordo com a plataforma de dados do mercado de criptomoedas CoinMarketCap.


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O preço do bitcoin, a criptomoeda mais importante do mundo, atingiu um novo máximo histórico, ultrapassando os US$ 69 mil (cerca de R$ 342,4 mil).

O recorde anterior era de novembro de 2021. Na época, o preço caiu para US$ 16.500 alguns meses depois.

Desta vez, a alta foi impulsionado por gigantes financeiros americanos que investiram bilhões de dólares na compra de bitcoins.

O valor do bitcoin aumentou mais de 50% no último mês, de acordo com a plataforma de dados do mercado de criptomoedas CoinMarketCap.

Grandes fundos de investimento como Blackrock, Fidelity e Grayscale começaram a vender produtos financeiros regulamentados (com base no preço do bitcoin) depois que as autoridades dos EUA aprovaram novas regulamentações em janeiro deste ano.

Carol Alexander, professora de Finanças da Universidade de Sussex, no Reino Unido, disse à BBC que o preço do bitcoin poderia subir ainda mais, mas alertou que as criptomoedas são “notoriamente voláteis”.

“Muitas vezes, no passado, a queda dos preços foi programada para que os investidores comuns que comprassem bitcoin durante a bolha fossem os que perdessem”, disse ela.
O novo recorde representa outro momento dramático na turbulenta história da moeda.

O bitcoin foi inventado em 2009 por uma pessoa (ou pessoas) que se autodenominam Satoshi Nakamoto – sua verdadeira identidade permanece um mistério.

Concebida como um meio de criar dinheiro para a internet, as suas raízes têm relação com um espírito anti-establishment que incentiva as pessoas a viverem livres da estrutura de poder das instituições financeiras e dos governos.

No entanto, o novo recorde em seu valor foi alcançado justamente porque essas instituições têm investido bilhões de dólares na aquisição da criptomoeda.

Isso só é possível porque, em janeiro de 2024, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) aprovou o bitcoin ETF SPOT, um fundo negociado em bolsa que segue o preço da criptomoeda.

Dessa forma, o bitcoin passou a ser negociado na bolsa de valores como se fosse a ação de uma empresa.

Isso também permitiu que empresas gigantes de investimento como Blackrock, Fidelity e Grayscale vendessem produtos com base no preço da criptomoeda.

São essas empresas que têm comprado centenas de milhares de bitcoins, aumentando rapidamente o seu valor.

Carol Alexander disse à BBC que essas companhias “estão atraindo investidores institucionais para o bitcoin e estão colocando uma pressão ascendente considerável sobre o preço”.
Mas ela acrescentou que o evento de “halving” do bitcoin, previsto para ocorrer em abril, também pode influenciar o valor da criptomoeda.

Durante esse evento, o número de bitcoins entrando em circulação a cada 10 minutos – “pagos” como recompensa por bloco minerado – cai pela metade. Ele acontece a cada 210.000 blocos minerados, ou aproximadamente a cada quatro anos

“No passado, esses eventos foram acompanhados por aumentos de preços”, disse ela.
Até agora foram criados 19,6 milhões de bitcoins (dos 21 milhões que poderiam existir).

Grandes flutuações
Para muitos detentores de bitcoin, este será um momento para comemorar – já que a sua própria riqueza terá aumentado muito.

Mas a história sugere que eles deveriam estar preparados para uma mudança brusca no cenário.

O valor do bitcoin caiu para seu nível mais baixo em 18 meses, de quase US$ 20.000, em junho de 2022, enquanto os investidores procuravam cortar laços com investimentos mais arriscados em meio a uma perspectiva econômica global sombria.

O preço da criptomoeda caiu ainda mais naquele ano, quando a FTX – a enorme bolsa de criptomoedas fundada pelo chamado “rei da criptografia” Sam Bankman-Fried – faliu em novembro de 2022.

Seus altos e baixos continuaram ao longo de 2023, mas conseguiu subir novamente para ser negociado acima de US$ 40.000 no final do ano.

Não são apenas as empresas e os investidores individuais que têm acompanhado de perto essas flutuações.

Na América Central, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, abraçou a criptomoeda.

O líder que adora o bitcoin gastou mais de US$ 100 milhões do dinheiro público de seu país na compra de quase 3.000 bitcoins nos últimos anos.

Seu investimento agora vale cerca de 60% mais do que ele pagou, embora não haja registro público sobre os detalhes.




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