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Economia

Banco Central reduz ritmo de cortes, e Selic vai a 10,50%

Esse foi o sétimo corte consecutivo da taxa básica de juros desde que a autarquia começou o ciclo de relaxamento da política monetária

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Em decisão dividida o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central cortou a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual e interrompeu a sequência de seis reduções de 0,50 p.p. iniciada em agosto. Com isso, o patamar do indicador vai a 10,50% ao ano.

Votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes. Os quatro diretores indicados pelo governo Lula – Ailton de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira – votaram em uma redução de 0,50 p.p.

Desde o início do ciclo de cortes não se via tanta antecipação para uma decisão do Comitê como dessa vez. Isso porque o colegiado havia indicado na reunião realizada em março que deveria manter o ritmo de cortes em 0,50 p.p. inalterado caso o cenário previsto pela autoridade monetária não se alterasse.

Nas semanas que antecederam a reunião, no entanto, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, vinha defendendo que as incertezas sobre a economia internacional, notadamente, a americana tornou a definição do futuro da política monetária mais difícil e exigiria uma dose extra de cautela, o que foi antecipado por boa parte do mercado como um indicativo de mudança no ritmo dos cortes.

No comunicado divulgado há pouco, o colegiado endossou a visão de piora no cenário. “O ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente referente ao início da flexibilização de política monetária nos Estados Unidos e à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países. (…) O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes“, diz o texto.

O governo vinha fazendo pressão pela manutenção do ritmo de cortes sob o argumento de que a pressão inflacionária tem recuado de forma satisfatória. Além disso, o Planalto defende que a baixa é essencial para atrair investimentos, gerar empregos e estimular o consumo. O BC, no entanto, também destacou que o governo tem tido dificuldades para fazer o dever de casa, e a alteração recente das metas fiscais piorou as perspectivas da autarquia.

“O Comitê acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”.



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