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Cultura

“Indiana Jones na vida Real”, arqueólogos descobrem documentos de mais de 3 mil anos e anima cientistas

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Uma missão que teve início em 2017 revelou um tesouro histórico na província de Minya, no Egito. Arqueólogos desenterraram um cemitério de 3.400 anos do Novo Reino, quando se tornou uma potência entre os séculos XVI e XI a.C.. O campo feito de sepulcrário era restrito para funcionários do alto escalão e sacerdotes. Daí seu valor para a humanidade.

A escavação se deu em uma região a 220 km ao sul da capital do país, Cairo, e trouxe à tona não apenas corpos mumificados e amuletos. São centenas de achados, que vão de tumbas feitas na rocha a caixões de madeira — incluindo o de Ta Di Iset, filha de Irt Haru, sumo sacerdote do deus egípcio Thoth, divindade da escrita e sabedoria.

Porém, o artefato mais significativo para a ciência é um papiro de 15 metros de comprimento. Esse período da história abrange a Décima Oitava, a Décima Nona e a Vigésima Dinastias, entre 1549 a.C. a 1069 a.C. A primeira delas ficou conhecida por incluir alguns dos faraós mais famosos como Tutancâmon, Hatshepsut (a primeira mulher a reinar) e Akhenaton.

 

O Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito organizou uma coletiva de imprensa para exibir o resultado da exploração. “Há sete anos que procurávamos este cemitério do Novo Reino. Finalmente, encontramos”, iniciou Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades.

Em boas condições, as peças revelam informações sobre indivíduos notáveis da era que ainda é repleta de enigmas. O papiro, por exemplo, é um pergaminho com texto do Livro dos Mortos, espécie de guia para a vida no Além. Está tão bem preservado, que anima especialistas. “Está como se tivesse sido colorido ontem”, comentou Waziri.

“Tanto para a arqueologia quanto para as Ciências Humanas essa é uma descoberta rica por trazer documentações com nomes dos sepultados.” Francisco Casini Neto, arqueólogo da Universidade Federal de Sergipe

O arqueólogo brasileiro Francisco Casini Neto, formado pela Universidade Federal de Sergipe, compartilha da exaltação acerca do valor histórico e cultural. “Tanto para a arqueologia quanto para as Ciências Humanas essa é uma descoberta interessante, importante e rica por trazer documentações com nomes e informações dos sepultamentos. Esse elemento é difícil de ser localizado pois se perde com o tempo”, analisa.

“Dentro da arqueologia, o trabalho com a cultura material é escasso de informações. Acaba-se tendo que deduzir algumas coisas. Evidências ajudam no processo.”

Para pesquisadores, o Egito, lar das maiores maravilhas do mundo antigo, tem mais mistérios. “Nunca saberemos tudo a respeito de uma localidade, assunto ou tema. A realidade material é inatingível. Se há mais para ser descoberto? Sempre terá”, finaliza Neto.




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