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Saúde

Brasil registra cerca de 218 mil casos prováveis de dengue em 2024; 15 pessoas morreram


Ministra da Saúde ressaltou que vacina não é solução para atual situação de emergência e fez apelo à população para que ajude a frear proliferação do vírus


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O Brasil registrou cerca de 218 mil casos prováveis de dengue e 15 óbitos em decorrência da doença nas primeiras quatro semanas de 2024. Os números foram atualizados nesta terça-feira (30), pelo Ministério da Saúde, e apresentados em encontro no auditório do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em Brasília (DF).

O número representa aumento de 233% em comparação com o registrado no mesmo período em 2023. Em janeiro de 2024, até o momento, 149 óbitos estão em investigação. A taxa de letalidade, calculada com base nos casos de dengue graves e com sinais de alarme, é de 0,9%.

A pasta promoveu hoje uma reunião entre a Sala Nacional de Arboviroses, a Secretaria Estadual da Saúde do Distrito Federal (SES-DF), a SES de Goiás e secretarias municipais de Saúde da região do entorno de Brasília para discutir e apresentar as ações de prevenção e controle da dengue no Brasil.

Os governos do DF e de Minas Gerais decretaram situação de emergência em saúde pública, na última semana, devido aos casos de dengue em seus territórios.

Dados apresentados no encontro por Livia Vinhal, técnica que atua na coordenação-geral de vigilância de arboviroses, no Ministério da Saúde, apontam que houve aproximadamente 218 mil casos prováveis de dengue no país, no período entre a semana um e quatro deste ano.

Paraná, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Acre são os locais com os maiores coeficientes de incidência da doença. O vetor da dengue é altamente domiciliar, e as mudanças climáticas e o fenômeno climático El Niño contribuem para o aumento de casos no país neste ano.
Na reunião, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que é um momento “de prevenir e ao mesmo tempo de cuidar”. “Acho que isso que nós temos que ter muita clareza nesse momento. Ainda de prevenir por esses dados tão fortes, que a Livia colocou, da transmissão dentro das casas”. Mais de 70% da transmissão da dengue ocorre nas casas. A ministra fez um apelo aos cidadãos para cuidar desse ambiente.

Ainda de acordo com ela, a vacina Qdenga, incorporada no SUS, “é um fator de importância e de esperança também, mas que não terá um impacto nessas situações de agora”. Nísia Trindade explicou que o imunizante é aplicado no intervalo de tempo de três meses e a oferta é muito restrita, impedindo ela de ser “uma solução diante de uma situação de emergência”. “Mas é fundamental que nós tenhamos feito isso no nosso país”.

No momento, não há uma situação de emergência por dengue no Nordeste, mas, pontuou Nísia, é preciso se antecipar em todo o Brasil para evitar a disseminação do quadro.

“Vamos estar trabalhando juntos com estados e municípios para salvar vidas neste momento. Dengue é uma doença que é possível que nós evitemos a forma grave de uma forma muito clara”, falou a ministra. Em suas palavras, “é muito importante que não haja automedicação pela população”. As pessoas precisam buscar as unidades de saúde e passar pelo correto acompanhamento dos casos.
Modelagem de dados encomendada pelo Ministério da Saúde ao InfoDengue mostra que devem ser registrados mais de 1 milhão de casos de dengue no Brasil em 2024. Entre as ações para enfrentamento da doença neste ano adotadas pelo Ministério da Saúde, estão normalização do estoque de inseticidas, lançamento de campanha de mobilização social e divulgação, a partir desta segunda-feira (29), de informes diários sobre o cenário da doença no país.

Os próximos passos da estratégia de enfrentamento da pasta incluem a disponibilização de dois webinários, entre os quais um sobre manejo clínico de pessoas com a doença, e o envolvimento de outros ministérios, como o da Educação, no combate à dengue.

Chikungunya
No início da reunião no auditório do Conass, Livia Vinhal destacou não só os casos de dengue registrados no Brasil nas primeiras semanas do ano, mas também os de chikungunya. Foram aproximadamente 13 mil casos prováveis, com três óbitos confirmados e 11 em investigação.

Segundo a técnica, o coeficiente de incidência de chikungunya é bem menor que o de dengue, mas, no atendimento, os casos têm sintomas semelhantes, e pode ocorrer alguma confusão neste início de ano até que se confirmem as ocorrências.

As duas doenças são tansmitidas pela fêmea do mosquito Aedes aegypti. Para impedi-las, é preciso evitar que as pessoas sejam picadas por essas fêmeas infectadas. O combate no dois casos, portanto, passa por impedir que os mosquitos nasçam, evitando deixar água parada em qualquer objeto que possa ter um criadouro.




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