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Política

Renan dá chilique e ameaça deixar a CPI da Braskem

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Preterido na escolha para relatar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ameaçou nesta quarta-feira, 21, deixar o colegiado criado a partir de um pedido seu. O emedebista afirmou que não concorda com a escolha do senador Rogério Carvalho (PT-SE) como relator.

“A decisão da designação do senador Rogério Carvalho para ser o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito… Eu, evidentemente, que não concordo, não concordarei e não vou concordar. Eu sou senador e eu teria legitimidade maior ainda para defender os interesses do estado de Alagoas”, disse Renan, para quem Renan diz que “estão tentando domesticar a comissão parlamentar”.

Como noticiamos, Calheiros vinha pleiteando o posto desde a instalação do colegiado, mas seu nome não contava com o aval dos demais integrantes da bancada de Alagoas e nem do Palácio do Planalto. O emedebista é o autor do requerimento que tem como objetivo investigar os danos ambientais causados em Maceió pela empresa petroquímica.

 

“Mãos ocultas, mas visíveis“

“Eu respeito o Rogério, mas nós não vamos aceitar, porque essa designação, lamentavelmente, é prejudicial aos interesses do nosso estado. E, portanto, mesmo tendo criado a CPI, mesmo tendo estabelecido o fato determinado, mesmo tendo coletado assinatura por assinatura, eu deixo essa Comissão Parlamentar de Inquérito”, completou o emedebista.

“Colocamos essa CPI de pé em um cenário de adversidade. A adversidade fortalece, enquanto o conforto anestesia. Contra o poder econômico e alguns poderosos, mas com a força da verdade e da justiça, erguemos a comissão parlamentas de inquérito. Com encaminhamentos que ensaiam domesticar a CPI, não emprestarei meu nome para simulacros investigatórios. Jogos de cartas marcadas sempre acabam com a ruína de castelos de cartas. Já vi esse filme várias vezes. Mãos ocultas, mas visíveis me vetaram na relatoria, que não era uma capitania, mas o resultado de uma costura política”, desabafou Renan.

Viés político
Opositores de Renan Calheiros sugeriam que ele poderia tentar conduzir a investigação por interesses pessoais. Na avaliação desse grupo, o senador poderia usar a CPI politicamente para desgastar o seu principal adversário no estado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A CPI da Braskem vai investigar, por exemplo, a aquisição do Hospital do Coração pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), mais conhecido como JHC e aliado de Lira, no valor de 266 milhões de reais.

Diante do impasse, o presidente da CPI da Braskem, senador Omar Aziz (PSD-AM), optou por indicar um nome de fora da bancada do Alagoas. “Eu vou indicar necessariamente o relator e para que a gente possa ter uma investigação totalmente isenta de pessoas ligadas a Alagoas, eu vou indicar o senador Rogério Carvalho como relator da CPI. Eu peço ao senador Renan Calheiros que possa entender essa minha posição, que não é uma posição isolada minha”, disse Omar Aziz.

 

O afundamento de Maceió

Em novembro do ano passado, a prefeitura de Maceió decretou estado de emergência na cidade por 180 dias. À época, a causa era o risco iminente de colapso de uma mina da Braskem, localizada na região da lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

As minas localizadas na região são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração, mas que estavam sendo fechadas desde que o SGB (Serviço Geológico do Brasil) confirmou que a atividade realizada pela Braskem provocou o fenômeno geológico na região.




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